Nesta terça-feira (dia 27) comemora-se o Dia Nacional da Doação de Órgãos (instituído pela Lei nº 11.584/2007). Em se tratando de transplante de córneas, a data deve ser comemorada. Em São Paulo, a fila para transplantes é zero, ou seja, todos os pacientes conseguem a doação e são submetidos a cirurgia em duas semanas. No ano passado, foram realizados 9.900 transplantes, sendo 6.600 cirurgias de córneas.
E é com muito orgulho que, sendo a única unidade particular na Baixada Santista devidamente credenciada pelo Ministério da Saúde, no último trimestre fomos responsáveis por 20 transplantes do gênero. Hoje em dia uma córnea pode beneficiar três pacientes. Isso porque o órgão pode ser dividido em três partes (camada anterior, superior e esclera). Assim, essas partes são destinadas para resolver problemas de ceratocone, doenças degenerativa e casos de queimaduras e perfurações, evitando a cegueira irreversível
Outra técnica é o transplante de córnea sem ponto ou DSEK/DMEK, cujas principais vantagens são a rápida recuperação do paciente, a redução do risco de rejeição e o maior aproveitamento da córnea. O DSEK/DMEK consiste no transplante de somente uma parte da córnea, o endotélio (área posterior), que sofre mais de problemas pós-cirurgia de catarata e com a Distrofia de Fuchs, que atingem mais as pessoas da Terceira Idade.
Com a nova técnica, um novo endotélio é transplantado na córnea por uma incisão de poucos milímetros e é posicionado em seu devido lugar por uma bolha de ar, também injetada pela mesma incisão. No transplante convencional da córnea, são dados em torno de 12 a 16 pontos. Com o DSEK/DMEK, na maioria dos casos, não é necessário dar nenhum ponto (devido à mínima incisão e o uso da bolha de ar).
Sem pontos, a recuperação do transplantado dá-se em torno de algumas semanas, podendo variar de acordo com o paciente, assim como há queda no índice de rejeição. Isto ocorre porque somente uma parte da córnea foi alterada, e não toda a córnea, como acontece em técnicas anteriores ao DSEK/DMEK. Outra vantagem é que, se houver rejeição, o mesmo paciente pode receber novamente um transplante com segurança.
Especialistas acreditam que em breve, o que já é uma realidade nos Estados Unidos, chegará no Brasil: graças a tecnologia, o oftalmologista irá pedir ao banco de olhos, somente a parte que será necessário para realizar o transplante daquele paciente específico – ao invés de solicitar uma córnea inteira.