A Ceratocone é uma doença que provoca deformidade na córnea e representa a maior causa de transplantes de córnea. Chega ao Brasil uma alternativa aos transplante, o aparelho cross-linking propicia que o tecido corneano seja tratado pela aplicação de riboflavina (vitamina B2) através de raios ultravioleta do tipo A na superfície da córnea. O procedimento faz com que aumente o número de ligações entre as fibras de colágeno da córnea doente, criando uma estrutura mais rígida a fim de impedir a deformação completa.
Pesquisas em pacientes com ceratocon e progressivo indicaram que seis meses de tratamento com luz ultravioleta e vitamina B2 levaram ao estacionamento da doença, melhoria da acuidade visual e diminuição de grau de astigmatismo e miopia.
O novo procedimento é indicado para os casos de ceratocone e outras lesões de córnea, após avaliação oftalmológica detalhada, que deve ser feita por um oftalmologista especialista em córnea. O ceratocone é caracterizado pelo afinamento e perda de rigidez da parte central da córnea, que faz com que esta fique mais abaulada (em forma de cone). Esta deformidade provoca distorção e embaçamento da visão e, em casos mais avançados, pode levar à cegueira.
O ceratocone é a distrofia corneana mais comum. Estima-se que 80% das indicações de transplante de córnea são feitas para portadores de ceratocone. Segundo o Conselho Brasileiro de Oftalmologia, em 2008, o transplante de córnea respondeu por quase 75% do total de transplantes no Brasil. A demora na fila de espera do transplante depende da região do País.
Desde fevereiro deste ano, o Hospital Visão Laser é credenciado pela Secretaria de Atenção à Saúde, do Ministério da Saúde, para realizar transplante de córneas e captar o tecido, e já utiliza o Crosslinking. A medida tem permitido que pacientes da região da Baixada Santista façam este tipo de procedimento mais próximos de suas cidades de origem. A unidade santista também recebe pessoas de outras regiões do País para realizar o transplante.