A técnica defendida por um cientista estrangeiro de transformar a cor dos olhos é considerada prejudicial à saúde ocular. Segundo os especialistas, o uso do laser em olhos saudáveis para essa finalidade pode levar ao glaucoma, catarata e até mesmo a cegueira. Em entrevista a uma emissora de televisão americana, o cientista Gregg Homer afirmou que, em poucos anos, a coloração azul dos olhos não será mais um atributo genético.
Segundo ele, com o auxílio do laser, será possível transformar olhos castanhos em azuis. A técnica defendida como despigmentação da íris destroi as camadas de pigmento que formam a cor dos olhos. O processo é semelhante à remoção de tatuagem. A camada superficial da íris (chamada de estroma) contém o pigmento melanina, o mesmo responsável por determinar o tom da pele. Ao remover o pigmento com laser, a parte abaixo, menos pigmentada, fica com um aspecto azulado. De acordo com o cientista, que estuda a técnica há mais de dez anos, o procedimento foi testado em poucos seres humanos e não apresentou riscos à saúde ocular. A divulgação da notícia acendeu o sinal de alerta dos oftalmologistas brasileiros, que discordam completamente das vantagens destacadas por Homer e já se manifestaram por meio da imprensa.
O procedimento do cientista é considerado arriscado e desnecessário, uma vez que o uso do laser é benéfico quando se trata de recuperar a visão ou evitar a perda da mesma, nos pacientes com catarata e refração (miopia). Submeter-se ao procedimento para efeitos estéticos, pode gerar problemas futuros na visão, até então, saudável.
Com o uso do laser para remover a melanina, os olhos ficam sem proteção contra a radiação solar e podem apresentar sérias complicações, inclusive a cegueira. Os resíduos do pigmento destruído permanecem nos olhos e podem obstruir os vasos sanguíneos e levar ao aumento da pressão intraocular, a principal causa do glaucoma. A íris afinada pelo procedimento proposto pelo cientista ainda deixa mais exposto o cristalino. Esse aumento da penetração de luz pode predispor a catarata precoce por conta do excesso de radiação ultravioleta.
