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Na semana mundial do glaucoma, médico alerta para riscos da doença

A Tribuna

Considerada a principal causa de cegueira irreversível no mundo (segundo a Organização Mundial de Saúde – OMS), o glaucoma, em 80% dos casos, é silencioso e não apresenta nenhum sintoma. Justamente por isso é que, até este sábado, acontece a Semana Mundial do Glaucoma, realizada pela Associação Mundial da doença e pela Associação Mundial de pacientes. Na 6ª edição, a mobilização quer prosseguir no alerta ao problema, que atinge pelo menos 8% da população mundial.

De acordo com o professor doutor em oftalmologia, Marcello Colombo Barboza, diretor do Hospital Oftalmológico Visão Laser, em Santos, a doença compromete o nervo óptico encarregado de levar as mensagens visuais ao cérebro e acarreta perda progressiva e irreversível do campo visual.

“É uma doença preocupante porque, além de ser assintomática, começa a afetar o campo periférico da visão. Ou seja, ela fecha o campo de visão de fora para dentro e, como as pessoas costumam focalizar os objetos de frente, acabam não percebendo que estão perdendo a visão lateral. Por isso, que é tão importante visitar o oftalmologista pelo menos uma vez por ano”.

Na consulta, segundo o especialista, o profissional irá realizar exames de campos de visão, fundo de olho e pressão ocular. “Esses testes poderão suspeitar ou diagnosticar o quadro precocemente, prevenindo a perda de visão”.

Ainda segundo Barboza, estão mais propensos a desenvolver a doença indivíduos com mais de 40 anos, negros, orientais, além de pessoas com miopia. Também estão no grupo de risco diabéticos, pacientes que tiveram algum tipo de trauma ocular e aqueles que tem histórico na família.

Por se tratar de um problema que leva à atrofia do nervo, não há cura após o seu diagnóstico. Porém, se for detectado antes da perda da visão, o paciente pode estabilizá-lo. “O tratamento pode ser feito com o uso de colírios para baixar a pressão ocular, que impedem a progressão da doença. Se não for eficaz a prescrição de colírios, recorre-se ao laser ou até mesmo à cirurgia ”.

Acredita-se que 4,5 milhões de pessoas estejam cegas no mundo devido aos efeitos do glaucoma. Até 2020, a estimativa é de 11,2 milhões de afetados pela doença e com perda da visão. No País, a doença atinge hoje 2% da população (cerca de 1 milhão de pessoas) e o risco de desenvolver o glaucoma chega a triplicar após os 70 anos.