Assim como todo o corpo, os olhos também passam pelo processo de envelhecimento. Com o passar dos anos já se espera que apareçam problemas de visão, como glaucoma e catarata, os mais comuns na terceira idade. A visão é o principal órgão de conexão com o mundo externo, e se não descobertos precocemente e tratados, esses problemas podem levar à cegueira. Se a capacidade de enxergar falha, as vidas social e profissional também são comprometidas.
A boa notícia é que os avanços da oftalmologia permitem que a capacidade de enxergar seja resgatada e a independência na terceira idade mantida, com procedimentos considerados de última geração já disponíveis ao público. Diagnóstico precoce, tratamentos e cirurgias a laser são acessíveis e promovem melhoras significativas à saúde ocular e ao bem-estar do indivíduo com mais idade. Além do resgate da visão possibilitar ainda mais auto-estima ao paciente e evitar acidentes domésticos e quedas, mais comuns nessa fase da vida.
A catarata é um dos principais problemas de visão entre os idosos, acometendo 75% das pessoas com mais de 70 anos. Definida como opacificação do cristalino, responde pela maior causa de cegueira tratável em países em desenvolvimento, como o Brasil. Segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS), há 45 milhões de cegos no mundo, dos quais 40% são devido à catarata.
Prevenção e informação são as palavras-chave para esse problema de saúde ocular, que tem como principais sintomas: diminuição da acuidade visual, sensação de visão “nublada ou enevoada”, sensibilidade maior à luz, alteração da visão de cores e mudança frequente da refração (grau).
Diagnóstico da Catarata:
A catarata é facilmente descoberta durante exame oftalmológico por um especialista. Para isso, no entanto, a população precisa ter o hábito de visitar uma vez ao ano o seu médico de olhos. A etapa seguinte consiste em quebrar o mito de que a catarata precisa amadurecer, ou seja, crescer, para depois ser operada. Hoje já sabemos que quanto mais cedo é descoberta e tratada, melhor para a qualidade de vida e de visão do paciente.
Essencialmente cirúrgico, o tratamento evoluiu de tal forma que a técnica de facoemulsificação adotada hoje nos principais centros de oftalmologia consiste na remoção do cristalino comprometido e a substituição por uma lente intra-ocular, por meio de microincisão de dois milímetros e sem necessidade de pontos. Alguns pacientes com catarata passam da baixa visão e da dependência de terceiros à liberdade total e a capacidade de enxergar, melhorando diretamente a qualidade de vida da pessoa.
Cirurgia de Catarata:
A catarata é tratada com cirurgia. Hoje a tecnologia permite que o cristalino danificado seja substituído por uma lente intra-ocular (LIO), implantada durante procedimento muito preciso e altamente tecnológico. A anestesia é feita com colírios sem a necessidade de internação.
A técnica chama-se facoemulsificação, e já é o método mais seguro e eficaz para a reabilitação visual do paciente. Todo o cristalino é aspirado através de uma microincisão (de dois milímetros). A seguir é removido e substituído por uma lente intra-ocular de material maleável. Ela entra no globo ocular dobrada através de uma incisão milimétrica.
Há modelos de lentes intra-oculares que corrigem o astigmatismo e outros são multifocais, permitindo uma boa visão para longe e perto, corrigindo miopia, hipermetropia e vista cansada. A lente implantada no olho tem duração permanente, não necessitando ser substituída com o tempo. O paciente fica definitivamente livre da catarata e tem sua visão recuperada.
Glaucoma:
Considerado a segunda maior causa de cegueira no mundo, o Glaucoma também é mais comum após os 40 anos. Doença silenciosa, compromete o nervo óptico responsável por levar as mensagens visuais ao cérebro. Pesquisas apontam que 50% dos pacientes que apresentam glaucoma nos países desenvolvidos desconhecem o problema.
Em países em desenvolvimento, como o Brasil, o índice de desconhecimento da própria doença sobe para 90%. O Glaucoma começa sem provocar dor ou qualquer outro sinal, e aaso nada seja feito, com o passar do tempo, progride, afunilando literalmente o campo visual, até que este se fecha completamente, impedindo a pessoa de enxergar.
Com causa desconhecida, o problema atinge indiscriminadamente homens e mulheres, sendo que correm mais riscos os que passaram dos 40 anos, pacientes com altos graus de miopia, histórico familiar da doença e com a pressão intraocular elevada. Há casos, no entanto, que o glaucoma não tem relação com o aumento da pressão ocular e pode até se instalar em crianças e jovens.
Visitas anuais ao oftalmologista acompanhadas de exames de avaliação da pressão ocular, fundo de olho, campo visual e análise de fibras nervosas, entre outros, funcionam para descobrir e combater o desenvolvimento do glaucoma. Mesmo que o paciente apresente a doença, ela pode ser controlada com medicamentos, que seguram o comprometimento da visão. Alguns casos são passíveis de cirurgia a laser ou implante de drenagem no olho.
Procurar um oftalmologista e fazer os exames são atitudes de prevenção que devem ser adotadas para pacientes com mais de 35 anos. Aos portadores da doença, a recomendação é que sigam corretamente o tratamento, fazendo uso do colírio, conforme recomendação médica. Assim, o glaucoma fica sob controle e evita-se a perda irreversível da visão.